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garganta solar degolada / na casa de decomposi​ç​ã​o

by duniya

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1.
[garganta solar degolada] nunca existir antes de morrer ser o centeio na curva da foice morar no vão que deus esqueceu vagar por onde a tortura germina esticar a mão e não alcançar puxar o ar e não ser o bastante sempre buscar e nunca encontrar ouvir sempre uma voz sem saber de quem: eu sei te chamar de todos os nomes que permitem matar tem uma sujeira dentro de você que você não consegue lavar você pendura o seu corpo no matadouro num gancho e o pus derrama derretendo sua carne de noite a sujeira reflete num olho e em volta da mancha pulsando suspensa você não vê nada onde deveria estar a voz fecha a boca quebrando os seus dentes para que cresçam mais podres. o lodo humano escorre do rasgo aberto na garganta pelas próprias mãos um dia, para retorcer a própria língua e falar as arrancadas de quem tritura e engole. amarra agora uma corda no pescoço vazado em deleite e se ergue na figueira no zênite; e antes de saltar dos galhos antigos e balançar no halo de sua fenda olha a ossada abaixo e comanda: você já viveu antes e há de viver de novo e de novo [na casa de decomposição] você abre a porta como quem fecha eu nunca aprendi a girar a maçaneta nós temos mãos que gostam de falhar você se guia por instintos imperfeitos eu sigo todos os erros já cometidos nós fugimos um do outro no subsolo mas todos os caminhos afundam no lodo nós temos joelhos que gostam de quebrar você só sabe falar sozinho mas não entende a própria língua eu não sei o que significa silêncio nós temos ouvidos que gostam de enganar todas as pessoas têm o mesmo rosto mas se você se visse um dia você não iria se reconhecer você se olha no espelho e só enxerga as próprias costas eu nunca desvio o olhar do fundo do meu crânio você vê um homem cego olhando para fora de uma cela e você e eu somos ele nós temos olhos que gostam de fechar você acorda de um pesadelo mas ele não acaba eu não lembro de algum dia ter dormido eu pergunto quantos anos você tem e você pensa "nenhum" o tempo nunca foi seu eu sinto minha coluna retorcer mais um pouco você mói os seus ossos num pilão eu corto a minha carne numa tábua nós nunca conhecemos outra vida nós temos corpos que gostam de morrer

credits

released October 20, 2020

gravado remotamente no começo de 2020. mixado e masterizado por Igor Souza no Estúdio Mitra entre Abril e Julho de 2020.

arte por: Nico

Miazzo. Igor. Nico. Rafael.

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duniya Brazil

convulsões estranhamente herméticas. espasmos de ruído. percussão colide imundície onde vozes deterioram e fraturas interrompem agouros. Duniya faz desde 2019 música para pôr fim às coisas.

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